20120117

Clube de Leitura - Pim, Pam, Lê!

Clube de Leitura Pim, Pam, Lê!

O Clube de Leitura promove a leitura com encontros e atividades para ler e falar de livros, do que eles nos ensinam e das boas surpresas que nos reservam.

Apresentação da Biblioteca aos alunos do 5º ano de escolaridade

Apresentar a Biblioteca a quem vem para a escola pela primeira vez é tarefa obrigatória. É preciso que todos saibam o que nela podem fazer e que têm as suas portas sempre abertas aprender, estudar, descobrir coisas novas…

Clube de Leitura - Pim, Pam, Lê!

Título: Faísca Conta a Sua História

Autor: Ilse Losa

Editor: Edições Asa

Este livro fala-nos de um cão chamado Faísca. Ele tinha um dono chamado Manuel. O Manuel era um menino pobre e gostava muito do seu único animal. O seu pai estava no Brasil a trabalhar, mas não conseguia mandar-lhes dinheiro suficiente para comer e para outras coisas essenciais, e a sua mãe Júlia trabalhava no campo desde manhã até ao escurecer e quando chegava a casa estava muito cansada.
O Manuel fazia tudo o que podia para o seu cão ser feliz e ele era. Certo dia o Manuel teve de ir para a escola e a sua mãe comprou-lhe uma saca de sarapilheira, uma lousa e um livro e o Faísca também o ia acompanhar até à escola.
No Verão realizava-se uma romaria todos os anos e enquanto a música tocava os rapazes e as raparigas dançavam e cantavam. O Faísca pensava que se estavam a magoar uns aos outros e ladrava.
Um dia uma rapariga chamada Luísa ficou admirada com o Faísca e afagou-lhe o pelo e deu-lhe bolo à boca. A Luísa quis ficar com o Faísca e pediu ao seu pai para o comprar…

Para saberes o resto da história, tens de a ler!



Sugestão do leitor: Mariana Madeiras

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Título: O estranho caso de Benjamin Button

Autor: F. S. Fitzgerald

Editora: Editorial Presença

Benjamim Button é um homem com a vida ao contrário: nasce como velho e, à medida que vai vivendo, rejuvenesce, o que lhe permite ver a sociedade que o rodeia com um olhar muito crítico, mas também experimentar uma série de problemas muito diferentes dos habituais.

Sugestão do leitor: Acácio Peralta

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Título: O Traficante

Autor: Robert Muchamore

Editora: Porto Editora

O nosso herói continua a sua aventura. Quem já leu «O Recruta» sabe que James conseguiu expor o grupo terrorista Ajudem a Terra. Agora James tem uma nova missão: infiltrar-se na sede do maior traficante de droga da Europa e expo-lo. Mas esta missão não é assim tão fácil como parece pois James irá precisar de todas as suas forças para ganhar a confiança do traficante de droga, também conhecido como Keith Moore.
James e mais quatro agentes CHERUB irão correr os mais elevados riscos para conseguir expor o traficante, irão mesmo ajudar Keith nas suas «entregas», só para conseguirem apanhá-lo.
James irá fazer amizades, como sempre, mas no final de cada aventura ele mesmo diz que, como agente da CHERUB, as amizades fora do campo são apenas temporárias.
Se procuram excitação e aventura, este é o livro que devem ler, pois não se trata de magia ou agentes como James Bond. Não existem mestres do crime nem engenhocas de alta tecnologia, apenas crianças profissionalmente treinadas para apanhar criminosos e desvendar os seus segredos.


Sugestão do leitor: Carlos Mendes

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Título: O Recruta

Autor:Robert Muchamore

Editora: Porto Editora

Este excitante livro fala-nos de uma fantástica aventura de um rapaz chamado James que entra no maravilhoso mundo da CHERUB, uma agência secreta britânica que faz operações secretas e que em vez dos normais agentes adultos usa seres completamente diferentes, crianças. Pois quem desconfiaria de crianças?
James é um rapaz de classe média mas que tem uma vida tresloucada: a sua mãe, a senhora Choke, é uma ladra, o seu pai faleceu e agora tem que aturar o emplastro do padrasto, a sua irmã, que parece a única pessoa normal, é filha do já referido emplastro, Ron. Quando a mãe de James falece, a sua irmã fica com Ron e James vai para um lar de acolhimento. Lá, conhece Kyle, um rapaz que para ele não tem nada de estranho além da sua mania pelas limpezas. Mas na verdade Kyle não tem nada de normal, pois é um agente da CHERUB numa missão de recrutamento.
Após Kyle ver que James é a sua melhor escolha leva-o até ao campo secreto da CHERUB, onde James é treinado até á exaustão. James aprende a nadar, a falar russo, até aprende artes marciais… O que James não sabia era que estava a ser treinado para uma dura tarefa que no campo chamavam «A Recruta».
Depois de um terrível tempo na recruta, James finalmente passa à sua primeira missão: penetrar num campo hippie e sabotar as operações de um grupo terrorista chamado «Ajudem a Terra».

Se desejam saber se James realmente o consegue leiam o livro, pois eu asseguro- lhes, vale a pena.



Sugestão do leitor: Carlos Mendes

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Título: O Golpe

Autor: Robert Muchamore

Editora: Porto Editora

Neste quarto livro, James tem que se aproximar da família de Leon Tarasov, um pequeno criminoso que enriquece subitamente e de uma forma suspeita.
Quando a polícia pede ajuda à CHERUB para averiguar a situação, James terá que se aproximar dos filhos de Leon, escutar algumas conversas, vasculhar – lhe a casa…
Mas, depois, o seu trabalho passa de uma missão sem grau de importância para uma missão de importância máxima, pois James descobre provas de um grande golpe, mas infelizmente a única testemunha que podia dizer do que se tratava tinha morrido um ano antes em circunstâncias estranhas…

Este livro é perfeito para quem gosta de suspense, ação e um pouco de mistério. Se querem saber como este livro acaba, bem… sugiro que o leiam.



Sugestão do leitor: Carlos Mendes

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Título: A Seita

Autor: Robert Muchamore

Editora: Porto Editora

Neste quinto livro James e os seus amigos terão que se infiltrar num culto australiano, Os Sobreviventes, que, segundo a CHERUB pensa, poderão ter alguma ligação ao grupo terrorista Ajudem a Terra, referido no primeiro livro. Para isso terão de ir viver para a Austrália onde se situa o quartel - general dos Sobreviventes. Terão que escapar às terríveis técnicas de lavagem cerebral usadas por estes para cativar os seus seguidores.
Desta vez não são apenas terroristas que James terá que travar, mas também lutar para não enlouquecer.
Este é um dos melhore livros já publicados.
Sugiro que leiam, pois de certeza que irão adorar.


Sugestão do leitor: Carlos Mendes

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Título: D. Sebastião O Desejado
Editor: Jornal Expresso (coleção Reis de Portugal - Expresso mais Novos)


Era uma vez um menino chamado Sebastião cujo avô, D. João III, era o rei de Portugal e que ficou muito feliz por ter um neto.
Um dia o país soube de uma notícia arrebatadora,o pai de Sebastião morreu antes de conhecer o filho.
O povo estava preocupado e em todo o lado se ouvia desabafos: Ai meu Deus, o que será de nós? O que será do país? Tomara que nasça o príncipe D. Sebastião, senão onde irá parar a nossa independência? Se morrer D. João III ficaremos perdidos.
Algumas semanas mais tarde nasceu D. Sebastião, o povo ficou feliz.
Aos três anos D.Sebastião ficou com o trono mas, como era novo demais, mal sabia falar e não havia coroa para o seu tamanho, não podia ser ele a ocupá-lo por enquanto. O trono ficou para D. Catarina e depois para D. Henrique.
Quando D. Sebastião fez catorze anos foi coroado rei de Portugal.



Sugestão do leitor: Bruno Loureiro

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Título: Lenda de Coimbra
Editora: Jornal Expresso (coleção Expresso Mais Novos - Lendas de Portugal)

Conta a lenda que onde é agora a cidade de Coimbra havia um palácio onde morava uma princesa com os seus pais.
Um dia a princesa apaixonou-se por um cavaleiro, mas os pais não aceitaram e disseram à princesa que se queria ficar com ele, ele tinha que fazer alguma coisa pelo reino.
Uns tempos mais tarde, apareceu uma serpente gigante que queria devorar a cidade. Nesse momento apareceu o cavaleiro e derrotou a serpente acendendo uma fogueira à entrada do buraco onde estava a serpente e fazendo com que o fumo entrasse. A serpente saiu e com a sua espada matou-a.
Assim o rei deixou a sua filha casar com o cavaleiro.



Sugestão do leitor: Diogo Loureiro

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Título: A lenda do castelo de Bragança


Conta a lenda que no castelo de Bragança havia um rei muito rico e autoritário. Ele tinha uma sobrinha que vivia com ele e o rei queria que a princesa se casasse com um príncipe.
Certo dia, numa festa, apareceu um cavaleiro que sonhava com fama e glória. Eles dançaram toda a noite e por fim apaixonaram-se. Mas o cavaleiro teve de se ir embora e deixar o seu amor.
Ele tinha prometido que havia de voltar mas nunca mais voltou. A princesa ainda continuava à espera do seu amor e o rei vendo-a ir-se deitar cobriu-se com um lençol branco e foi ao quarto dela dizendo que ele tinha morrido numa batalha.
A princesa ficou assustada e pediu a Deus que lhe desse um sinal. De repente a porta abriu-se e a princesa viu que era o tio.
O rei, a partir desse dia, nunca mais falou nesse assunto. Ao lugar onde a princesa estava à espera do seu amor, deram o nome de Torre da Princesa e o sítio onde o fantasma apareceu ficou conhecido como Porta da Traição. Onde surgiu a luz, ficou a Porta da Verdade.

Eu gostei deste livro porque me ensinou mais uma lenda que eu não conhecia.



Sugestão do leitor Diogo Loureiro

20111025

Biblioteca Escolar: "locais de aprendizagem vivos"

Porque é que as bibliotecas escolares são tão importantes hoje em dia?

(…) Se antigamente as atenções estavam viradas para o ensino centrado nos professores, hoje o ensino virado para o aluno, - interdisciplinar e participativo - do ensino das competências de leitura tornou-se cada vez mais importante. As bibliotecas escolares podem ser aqui essenciais, ajudando a preparar as crianças e os jovens para uma aprendizagem ao longo da vida, ensinando-lhes estratégias eficazes de pesquisa, avaliação e uso de informação e dos media.

O que espera para o futuro das bibliotecas escolares?

Consequência lógica do que disse, estratégias seguras e fidedignas onde as bibliotecas escolares se possam desenvolver enquanto locais de aprendizagem vivos para as nossas crianças e jovens – e que os professores gostem de usar para criar aulas variadas e inovadoras.

Qual a importância das bibliotecas escolares hoje em dia?

Se bem pensadas, podem ser muito importantes. Uma biblioteca escolar vive da e com a escola e tem de ser inserida conceptualmente no dia-a-dia escolar de forma a ser aceite. Pode ser mais do que uma “coleção de livros”, nomeadamente uma sala de aulas, um local para a aprendizagem individual e um espaço para trabalho criativo ou para relaxar no tempo livre. (…)

Excerto da entrevista a Birgit Lücke, agosto de 2010 (tradução de Teresa Laranjeiro), in http://avidasecretadoslivros.blogspot.com, 12 de Julho de 2011

20110923

O Tó e a Biblioteca

Porque o ano lectivo já começou e a Biblioteca quer continuar a ser uma companheira nas horas de trabalho e de lazer, aqui fica a experiência do Tó para inspirar aqueles que ainda não A descobriram.


O Tó e a Biblioteca

O grande dia tinha finalmente chegado. Não pensei noutra coisa durante as férias, até as festas da vila me pareceram diferentes, não sei, era como se alguma coisa fosse mudar na minha vida… O dia anterior foi uma azáfama, não parei o dia todo, de um lado para o outro, a arrumar e a preparar o material para o dia seguinte. Até a mãe estranhou eu ter comido pouco ao almoço; quando era peixinhos da horta com arroz de tomate, eu pedia quase sempre para repetir! Então à noite quase nem jantei e até nem me importei de perder os “Morangos com açúcar” para me deitar às dez em ponto. O corpo não queria dormir mas o motivo era sério e o cérebro venceu, tinha de ser!
Sonhei com um grande autocarro azul cheio de mochilas e livros que falavam entre si de assuntos em que pareciam muito entendidos. De vez em quando o autocarro parava e lá entravam mais livros e mochilas que se sentavam e se punham à conversa. Até que o autocarro parou à frente de um grande portão verde com uma placa que dizia “Escola EB 2,3”.
Quando me preparava para espreitar pelo portão, TRIMMM! Acordei estremunhado e dei-me conta que era hora de levantar: o meu primeiro dia na Escola grande tinha finalmente chegado!
Já antes ouvira falar muito desta escola, coisas que diziam os mais crescidos, e estava um bocadinho receoso. Mas apareceu o Pedro e fomos ao encontro dos nossos amigos que, tal como nós, iam para esta escola pela primeira vez.
Havia muitas coisas diferentes, mas depressa me habituei a esta nova vida. Não foi fácil no início, eram muitos os colegas, os professores, os funcionários, as salas, corredores todos iguais que não tinham fim... Mas houve um sítio da escola que me deixou curioso desde o primeiro dia em que a DT mostrou a Escola à turma: foi a biblioteca.
A única biblioteca que eu conhecia era a da minha escola primária, com estantes cheias de livros quase todos iguais que eu achava que ninguém lia, a não ser aqueles coloridos que estavam junto à mesa da D. Cassilda, a funcionária que ficava a tomar conta dos meninos quando se portavam mal. Mas esta biblioteca era maior, muito maior! Entrava-se por uma porta grande, toda de vidro, e tinha estantes com muitos livros, alguns iguais, outros diferentes, de vários tamanhos. E também tinha filmes, computadores e até duas televisões. Fiquei confuso, não percebi porque havia tantas coisas na Biblioteca e porque é que quem lá estava fazia coisas tão diferentes e desarrumava os livros todos.
A professora Marta, a DT como lhe chamávamos (talvez por mandar mais que os outros professores, penso eu) disse que podíamos ler os livros da biblioteca, ver filmes, ouvir música e também ir para os computadores. A mim pareceu-me confusão a mais e decidi que era lugar onde não iria perder muito tempo. Só uns tempos mais tarde me apercebi que estava enganado.
Um dia a professora Marta entrou na sala mas não se sentou, como era costume, para fazer a chamada por ordem alfabética. Fê-la mesmo de pé e informou a turma que naquele dia a aula ia ser diferente: íamos visitar a biblioteca. O Zé Francisco olhou para mim como que a perguntar “Fazer o quê?” e eu encolhi os ombros pois não fazia a mínima ideia. Levantámo-nos em silêncio e lá fomos nós para a biblioteca.
Estava uma senhora à porta que nos deu os bons dias e disse que era a professora Fátima. Foi ela que então nos explicou, já lá dentro, as coisas que nós podíamos ali fazer. E eram muitas.
Começámos por um balcão, que era a zona de atendimento, onde estava a D. Margarida e o Sr. José e onde costumava estar também a professora Fátima. Esta disse-nos que eles eram assistentes operacionais, fosse lá o que isso fosse. O importante era que quando precisássemos de alguma coisa era a eles ou a ela que devíamos pedir.
A zona de leitura informal era onde podíamos ler, muito bem sentados num sofá, revistas, jornais, bandas desenhadas e outras coisas que lá havia, e não tínhamos de pedir autorização. Gostei desta zona, era num cantinho junto à janela e os sofás deviam ser fofos. E estava lá a Quero Saber, uma revista espectacular que o Nuno às vezes me emprestava.
Mesmo ao lado havia mais sofás mas com televisão e uma estante cheia de filmes e de CD de música, era a zona de áudio e vídeo. Sem a professora dar conta abri a caixa do Astérix mas não tinha o filme dentro. Não disse nada mas a professora Fátima explicou depois que quando quiséssemos ouvir música ou ver um filme deveríamos pegar na caixa que estava vazia, levá-la ao balcão ou zona de atendimento e pedi-los lá. Com o filme ou o CD davam-nos uns fones que eram para não incomodarmos mais ninguém quando estivéssemos a ouvir música ou a ver o filme.
Quando quiséssemos estudar sozinhos ou ler em silêncio, devíamos escolher a zona de consulta de documentos ou de leitura. Tinha janelas de um lado e estantes com muitos livros do outro; no meio havia mesas e cadeiras para nos sentarmos. Achei estranho cada estante ter por cima números e nomes de cores diferentes; a que estava mais perto de mim dizia 5 – Ciências Naturais e a que estava em frente dizia 1 – Filosofia. Havia estantes com números de 1 a 9 com nomes todos diferentes e uma com 0 – Generalidades, onde estavam dicionários e outros livros muito grossos. A professora Fátima contou-nos que antigamente as bibliotecas só serviam para guardar livros mas agora existem para as pessoas utilizarem esses livros e as coisas que lá há. Por isso foi preciso separar tudo o que havia nas bibliotecas por temas para se poder encontrar facilmente o que se quisesse. E um senhor, de quem já não me lembro o nome, inventou 10 temas que numerou de 0 a 10, assim, se quisermos um livro que fale do corpo humano já sabemos que temos de procurar na estante número 5 – Ciências Naturais mas se quisermos um que fale de tudo um pouco, como é o caso dos dicionários, devemos ir à estante 0 – Generalidades. Se eu soubesse isto tinha cá vindo ver o que era um anfíbio, escusava de ter perguntado ao crânio da turma e dar-lhe o prazer de se sentir o mais inteligente.
Se precisássemos de fazer um trabalho de grupo ou estudar para os testes a fazer perguntas uns aos outros, era na zona de trabalho de grupo que devíamos estar, que tinha mesas rectangulares e redondas com dois ou mais lugares.
Quando se entra na biblioteca, do lado direito, é a zona de exposições e serve principalmente para pôr os trabalhos que fazemos nas aulas. Não fiquei a perceber se eram todos os trabalhos ou só alguns. Espero que sejam só os mais bonitos porque não sou nada bom a desenhar, ia ficar envergonhado se toda a gente visse os meus desenhos. Também estava aí um computador, era para pôr os trabalhos feitos a computador ou então mostrar coisas relacionadas com as exposições.
Seguindo em frente, encontrámos muitos computadores, era a zona multimédia. Fiquei encantado porque tinham internet, combinei logo com o Zé para virmos jogar na quarta-feira à tarde, depois do Clube de música. Mas, nem de propósito, ouvi a professora Fátima a dizer que aqueles computadores estavam numa biblioteca e não podiam ser utilizados para ver o que nos apetecesse. Já estava a ver os meus planos de quarta-feira estragados. Podíamos fazer trabalhos de pesquisa, que quer dizer procurar as informações para pôr nos trabalhos, podíamos fazer os trabalhos, mas jogar, só jogos didácticos. Não sabia muito bem o que eram jogos didácticos mas deviam ser daqueles de pôr as letras que faltam para formar palavras ou que fazem perguntas sobre matemática e no fim aparece “parabéns!” quando acertamos. Ou seja, nada de interessante. Mas a professora Fátima abriu a internet e escreveu qualquer coisa que eu não consegui ler e apareceu um jogo de uma galinha que tinha de atravessar uma rua onde passavam muitos carros; estava muito giro! Era um site que se chamava seguranet.pt e que dava conselhos para nós utilizarmos bem a internet. A seguir escreveu Plano Nacional de Leitura e clicou numa coisa que andava à roda e tinha escrito “Livros digitais”. Fiquei pasmado! Era como se fosse um livro mas no computador, podíamos ler, podíamos ouvir a história, e para mudar de página bastava clicar num cantinho e a folha virava! Afinal os planos para quarta-feira mantiveram-se.
Voltámos à zona de atendimento, que era onde podíamos marcar hora para o computador. Mesmo ao lado do balcão estava a inforteca. Eu já tinha visto isso mas não percebi o que era. Afinal a inforteca era o computador que estava mesmo por baixo da cartolina da parede que dizia inforteca, onde se lia: catálogo, fotografias das actividades, trabalhos, blogue da biblioteca, concursos … Ficámos a saber que podíamos tirar para a nossa pen as fotografias das actividades em que participássemos, que podíamos ver trabalhos dos nossos colegas, que podíamos ver concursos interessantes para nós, que podíamos ir ao blogue da Biblioteca, que podíamos consultar o catálogo… Não sabia bem o que era o blogue e muito menos o catálogo. Não era o único, a Maria também não sabia e perguntou primeiro. Afinal o blogue estava na internet e se escrevêssemos Biblioteca Escolar de S. João da Pesqueira conseguíamos vê-lo, já o catálogo era uma coisa mais complicada. Mas como a Maria também queria saber o que era, a professora Fátima relembrou a classificação dos livros por temas ou classes, de 0 a 9 e perguntou ao Miguel, que estava a puxar discretamente o cabelo da Ana Rita, o que faria se tivesse de procurar um livro que falasse de filósofos no meio de cem, sem a ajuda de ninguém. O Miguel foi sincero: “Ia-me embora que tinha mais o que fazer!”. A professora Fátima explicou então que por isso é que se fazem os catálogos, para ajudar a encontrar aquilo que procuramos.
Para se construir o catálogo era preciso pegar nos livros um a um e preencher no computador coisas como o título, o autor, a editora, o IS… qualquer coisa, que é um número que cada livro tem, o assunto do livro e outras coisas que a professora falou mas de que já não me lembro. E como por magia, quando consultássemos o catálogo no computador, bastava escrever o nome dos livros ou o autor e apareciam essas coisas todas e outra coisa muito importante, o lugar do livro na estante. Assim era fácil encontrar um livro no meio de mil, quanto mais de cem!
A professora Fátima pediu depois para nos virarmos para um quadro alto com anúncios de concursos e actividades da biblioteca. Disse-nos que ali estavam as principais novidades da biblioteca e outras coisas que nos interessavam.
Mas a Maria, curiosa como sempre, quis saber o que era aquilo com umas fitas que estava numa caixa em cima do balcão. Eram os cartões dos Biblioamigos, os amigos da biblioteca. Sempre que ajudavam nas tarefas ou actividades da biblioteca os membros do Clube tinham de usar aquele cartão com o seu nome e fotografia. E a Maria, claro está, perguntou logo se também podia ser amiga da biblioteca. A professora Fátima disse que sim mas que pensasse bem porque tinha de se portar bem, estudar, apoiar os colegas e ajudar no trabalho que havia na biblioteca. E disse-nos que a biblioteca tinha ainda outro Clube.
O Clube Pim, Pam, Lê! era mais para quem gostasse de ler. O Rafael mostrou-se interessado, queria saber o que era preciso para fazer parte. A professora Fátima respondeu-lhe que depois de se inscrever, só tinha de lhe ir dizendo o que achava dos livros que fosse lendo para publicar a opinião dele no blogue. Como o Rafael lia muito, logo decidiu inscrever-se.
A seguir a estas explicações a professora Fátima pediu-nos para nos juntarmos todos à volta dela e contou-nos que a biblioteca existia para todas as pessoas que estavam na escola e também para os nossos pais, se quisessem lá ir ou ler os livros da biblioteca; que devíamos frequentá-la muitas vezes, para estudar, para trabalhar ou para passar os tempos livres, a ler ou a jogar. Disse-nos para pedirmos ajuda sempre que tivéssemos dúvidas e para nos lembrarmos que a biblioteca existe para ajudar as pessoas a aprender mais e melhor, a saber mais coisas sobre o mundo e sobre elas próprias, a estar bem consigo mesmas e com os outros.
A minha barriga já estava a dar horas, devia estar quase na hora de almoço. Nem dei conta do tempo passar! E assim era porque daí a pouco tempo tocou para sair.
Aquele foi o segundo dia de muitos dias que fui à biblioteca nesse ano, ler, estudar, jogar, fazer trabalhos, ver exposições, participar em actividades. De sítio confuso, a biblioteca passou a ser para mim um lugar muito especial que me ajudou e ajudará a ser bom aluno e a crescer.

Autora do texto: Fátima Macedo Rodrigues (professora bibliotecária/coordenadora da Biblioteca)

20110401

Concurso "Devorador de livros"

    Lançado no 1º Encontro de Leitores do Clube de leitura Pim Pam Lê, o concurso Devorador de livros pretende ser um maratona de leitura para quem gosta muito muito de ler ou queira começar a gostar.
    Se és aluno do Agrupamento de Escolas de S. João da Pesqueira, CONCORRE!